Gestão de Pessoas: O que eu aprendi com meu filho Autista
Dia 2 de Abril comemoramos o Dia da Consciência do Autismo. Essa data é especialmente significativa para mim, pois tenho um filho que hoje tem 15 anos, que é autista. Ao longo de todos esses anos de convivência, aprendi muito mais com ele do que, certamente, ele comigo.
Quando ele nasceu, começava minha vida profissional com apenas 22 anos. Ao longo da minha carreira, fui me adaptando à condição de mãe de criança especial e executiva super ocupada… Muitas vezes a paciência me faltava com ele, por conta de suas limitações. Até que, através da terapia dele, comecei a perceber que o autismo poderia me ensinar a ser uma gestora mais justa, mais humana e mais assertiva, desde que fosse assim também com meu filho. Desta forma, me transformei… Não foi fácil, não foi mágica… Ainda é muitas vezes doloroso… Mas, depois de quase 10 anos dentro desta consciência, posso dizer que ele me tornou uma pessoa muito melhor, em todos os sentidos. Abaixo cito algumas mudanças que me adaptei por esta minha realidade e que aplico na minha vida profissional e que me ajudam na condução de times fortes e altamente competitivos.
- Mesmo que as pessoas não estejam olhando para você, mantenha o contato visual. Passa confiança e, aos poucos, ele se torna sustentação nos momentos de fraqueza do seu interloctor.
- Esqueça qualquer tipo de estereótipo. Não julgue jamais alguém por suas atitudes, principalmente se elas forem diferentes do que a sociedade impõe. Inclua sempre! Trabalhe os diferentes de forma a ressaltar-lhes suas competências!
- A verdade pode ter várias faces. Ponderar e equilibrar todas elas para um posicionamento mais justo é sempre o mais assertivo.
- O combinado não sai caro. Ajustar acordos previamente evita frustrações.
- A metáfora e a linguagem figurada não devem estar no nosso diálogo, muitas pessoas podem não entender o que queremos dizer, principalmente num coaching.
- Explicar de formas diferentes a mesma coisa pode nos fazer compreender as diversas formas de um mesmo entendimento. A teoria pode ser desenvolvida a partir de várias óticas, normalmente as menos óbvias, são as que trazem resultados mais inesperados.
- O normal é ser diferente.
- A inteligência não é como conhecemos. O fato de minha visão ser diferente dos outros, não significa que eu esteja errado.
- As vezes se isolar, faz parte de uma reciclagem. Agir e pensar são dois movimentos completamente independentes. Respeitar este isolamento é uma prova de amor ao próximo.
- O pensamento pode te dar asas muito mais fortes na construção dos seus sonhos. Acreditar é o segredo para o sucesso.
- Palavras encorajadoras e de apoio são sempre muito bem vindas…
- Movimentos repetitivos podem nos levar a perfeição.
- E daí se fazemos as coisas diferente dos outros?
- Persistência sempre.
- Dormir ou esperar um pouco para tomar decisões, faz com que algumas situações se tornem mais maleáveis para se resolver.
- O sofrimento é parte de nós, principalmente nas frustrações, chorar não é vergonha, é uma forma de expor nossos sentimentos e colocar para fora os sentimentos de incapacidade, segurar pode tornar a cicatriz eterna.
- O nosso caminho sempre estará em algum lugar, precisamos achá-lo.
Além disso tudo, ter um filho autista me ensinou que posso ser muito mais forte, muito mais versátil e adaptável que podia imaginar, me mostra todos os dias que eles são seres muito mais evoluídos que nós e que estão aqui para nos ensinar!
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30/06/2019 às 9:24 pm
[…] algum tempo escrevi um texto sobre autismo, onde falei O que Aprendi com meu Filho Autista, numa visão um pouco mais gerencial. Ou seja, expliquei como o fato de meu filho ser autista me […]
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