Vida “Normal”
The Lucky Girl Syndrome
“Eu sou muito sortuda! Absolutamente tudo dá certo para mim!”
Recentemente, a trend #luckygirlsyndrome vem tomado conta das redes sociais, principalmente na gringa.
Mas o que é?
Tudo começou com um grupo de meninas, que fez um desafio para outras seguidoras de repetirem o “Eu sou muito sortuda, absolutamente tudo dá certo para mim” e observar os resultados positivos nos dias seguintes.
Com base na Lei da Atração, essas meninas começaram a coletar relatos fantásticos de resultados positivos de quem começou a realizar o “desafio”. Tudo postado nas redes, a tal da prova social que falamos tanto em marketing.
Os relatos viralizaram e de uma hora para outra, vários meios de comunicação do exterior começaram a dar destaque à essa trend, com entrevistas, programas e matérias completas a respeito do tema.
Mas vamos aos fatos: funciona mesmo?
Eu sou entusiasta de PNL e Lei da Atração. Acredito que nosso cérebro é subutilizado por nós. Somos como máquinas, cuja central de controle é justamente no nosso pensamento.
Por isso o nome PNL, programação neuro linguística. Se nosso cérebro é a máquina geradora de comando, um “hardware” poderoso que comanda todas as nossas demais funções, a reprogramação deste código para mensagens de êxito e conquistas acaba por reafirmar certezas e desbloquear travas que limitam nossa sensibilidade de ver, entender e trabalhar as oportunidades que temos na vida.
Não é magia!
É um desembaçamento da nossa sensibilidade.
A Lei da Atração não fará com que você ganhe na loteria, mas lhe oferecerá uma lupa para que você possa enxergar qual botão apertar para liberar e libertar as amarras que te prendem e não te deixam voar.
A positividade precisa ser racional, pois, como tudo em exagero, acaba se tornando tóxico.
A Lei da Atração e a The lucky Girl Syndrome (Síndrome da Garota Sortuda) darão certo sim, à medida que vamos focar no que pode dar certo, ao invés de perdemos tempo rendendo o que há de errado. É um ajuste do nosso foco!
Eu sou sortuda e tudo dá certo para mim. E você?

Vale a Pena Fazer um Cruzeiro?
Como eu sempre digo, a melhor resposta para qualquer pergunta aberta é DEPENDE!

Para mim não valeu! Vou explicar com detalhes abaixo.
A Decisão
Eu amo viajar, experienciar coisas novas, conhecer lugares e visitar pontos turísticos. Já viajei muito pelo Brasil, América do Sul, EUA e alguns países da Europa. Nas minhas viagens, sempre digo, independente se gostei ou não do lugar, é sempre melhor ter uma experiência frustrada do que não ter. Ter massa crítica para saber o que e por que gostou ou não dos lugares.
Já há algum tempo vinha nutrindo a vontade de fazer um Cruzeiro, sempre adiava pois encontrava uma super promoção para a Europa e fui adiando.
Em julho de 21 já estava pensando em que presente daria para minha filha, que iria completar 18 anos em Janeiro de 22. Para meu filho, quando fez 18, fomos nós 3 para o sul por uma semana, fizemos Beto Carrero, Balneário, Floripa. Foi uma delícia. Acredito que uma viagem numa data icônica como essa, fica para sempre na memória.

Yanne, minha filha, é muito complexa e intensa, ao contrário do Yan, que é mais na dele e pacato. Inicialmente, ela me pediu que fosse um resort com muita balada e all inclusive (sim, ela bebe feito um V8 turbo!).
Quando eu vi o preço das diárias dos resorts COM BALADAS (este item era importante para ela mais que tudo), fiquei assustada com os valores. Ai tive a grande ideia: UM CRUZEIRO!
Em comparação aos valores dos Resorts que eu estava vendo, era bem menos por dia, mais dias e mais festas. Pesquisei alguns dias e decidi comprar pela Logitravel o MSC Preciosa, 8 dias, paradas em Salvador, Ilhéus, Ilha Grande e Buzios.
O Cruzeiro seria dia 10 de janeiro de 2022. Porém, cerca de 10 dias antes da viagem, foi tudo suspenso por conta da COVID.
Inicialmente, pedi reembolso e logo fui surpreendida que perderia quase 2 mil dos 16 mil pagos, pois era a taxa de agência que não era reembolsável, mesmo no caso de cancelamento por força maior. A outra novidade era que o reembolso só aconteceria em dezembro de 2023. SIMMMMMM, isso mesmo!!!! Dezembro de 2023.
Briguei, reclamei e nada. Só se eu ajuizasse uma ação ou remarcasse. A essa altura eu já tinha até acabado de pagar o valor todo.
Neste momento, eles ofereceram de trocar por um cruzeiro equivalente com um crédito de 100 dolares a bordo e a manutenção do meu pacote de bebidas no preço que paguei (como o dolar subiu, o pacote de bebidas estava cerca bem mais caro do que eu paguei). Foi neste momento que me lasquei mais uma vez. Com a suspensão dos cruzeiros da temporada de 21/22 e as vendas da temporada 22/23, eles mandaram o MSC Seaview, um navio com o dobro da capacidade de pessoas, menos dias e parada que o Preciosa. Ou seja, paguei mais por menos.
Mas, pensei, pelo menos o navio que mandaram era mais completo, mais cheio de opções, quem sabe…
Os Preparativos
Uma ansiedade gigante, contando os dias, horas e segundos. Minha filha então, acabou que o cruzeiro de 18 anos, aconteceria 2 dias depois dela completar 19 anos, no dia 8 de janeiro de 23.
Para completar, meu filho, que até então ia com a gente, desistiu de ir exatamente 10 dias antes da viagem. Li toda a regra e tinha 2 opções, receber 10% do valor pago por ele, ou substituir por qualquer pessoa por 90 reais (prazo de substituição de 6 dias úteis antes do cruzeiro), ou seja, exatamente no dia que ele desistiu.
Depois de xingar um monte, parei para conversar com a minha filha, queria levar alguém que ficasse comigo, que me fizesse companhia. Ao que ela prontamente disse que não, que era o aniversário dela, que bla bla bla bla bla.
Adolescente é o cavalo do satanás de asas, então ou você parte para o embate 24h por dia ou encarna o Pagodinho e vive no estilo “deixa a vida me levar”, e eu já estava levando tantas porradas desta viagem, que achei melhor não discutir. Ela escolheu uma amiga dela, que quando ligamos ficou mega feliz, perguntou varias vezes se era pegadinha.
Preparativos mode on, um semana antes, nada do voucher chegar. Tudo muito mal comunicado. quando o voucher chegou eu li integralmente umas 3 vezes para saber o que podia ou não levar e sobre procedimentos de COVID. Não estava escrito em nenhum lugar sobre a obrigatoriedade do teste de covid. Estava escrito que a equipe médica poderia escolher algumas pessoas para fazer o teste.
O Embarque
O embarque é uma confusão, pouca informação, ficamos iguais a perus doidos dentro do navio.
A única coisa que exigiam era um seguro de saúde que cobrisse COVID, que inclusive era vendido por eles a um valor de quase 300 reais. Fiz pelo meu cartão e foi 69. Pozé!!!! Sem comentários!
Fui despreocupada com o exame de covid. Chegando lá, uma fila gigante para despachar a mala e depois para entrar na sala de embarque, que tinha gente para dar com o pau, ficamos sentadas mais de 1 hora e meia aguardando nossa senha e… exigiram a porra do exame de covid. Não adiantava brigar naquele momento, paguei os 90 reais por exame e embarcamos. Estou esperando minha nota fiscal até hoje é nada!
Por que não aproveitaram as quase 2 horas que as pessoas ficam na sala do embarque para passar informações, mapa do navio?
Detalhe que chegamos para o embarque 11:30 e já eram quase 17h quando efetivamente entramos no navio, estávamos sem comer ou beber nada. Por um acaso descobrimos que um restaurante do navio estava servindo almoço. Comemos e descobrimos que nosso jantar seria 1 hora depois que almoçamos e não tinha como mudar. Quem determinou o horário da nossa janta? Eles!!!!
A Cabine
Minha cabine era para 3 pessoas, era interna e não tinha nem janela. Até ai tudo bem, porque a ideia era não passar muito tempo por lá mesmo.
Tinha uma cama de casal e uma beliche acima da cama.
O espaço de circulação e o armário bem ok e meu maior medo se as malas iriam ocupar o espaço da gente, foi rapidamente mitigado porque realmente é muito bem pensado.
O que eu achei muito ruim é que a roupa de cama fedia, tinha um ranço de suor, sabe? A limpeza é questionável.
Logo que embarcamos, o autofalante pediu para que fôssemos para a cabine para assistir ao video de segurança. Não conseguimos ver e eu já desgastada pelo tempo perdido, cheia de fome que estava, digitei o numero que tinha assistido ao video, fui até o check point e procurei um lugar para comer.
Refeições
São 3 turnos de jantar e eu havia solicitado o segundo (18:30 / 20:30 / 22:30).
São 2 os restaurantes de jantar, já vem marcado no seu cartão de embarque o restaurante, o horário e a mesa. Estes 3 itens serão sempre os mesmos até o final de sua viagem.
Bom, o almoço sempre é bem fraquinho, são 2 opções de restaurante (8o e 16o andares), são buffets com pizza, cachorro quente, hamburguer, saladas, sanduiches, massa, arroz, legumes e alguma opção de proteína (frango, carne de porco, peixe e raríssimas e limitadas vezes carne de boi), que fica aberto de 6:30 da manha (com o buffet mais focado em café), às 11:30 eles já mudam para almoço e ficam abertos até 2 da manhã.
Desta forma, comer melhorzinho era na janta, que apesar de pouca coisa (o prato já vem servido – a partir de um cardápio, você escolhe uma entrada, um prato principal e uma sobremesa), era um pouco mais saboroso e com opções mais interessantes.
A comida tem sempre o mesmo gosto… de isopor!
Hack: Sabe os restaurantes do jantar, eles também servem almoço! Mas é só por uma hora e não tem lugar marcado. É sujeito a lotação e precisa verificar no local o horário de ele abrirá. Eu demorei de saber disso e o almoço padrão, do buffet, me enjoou demais. Estava comendo só pizza praticamente porque todas as outras opções disponíveis tinham gosto de nada!
Bebidas
Já disse que fiz o pacote de bebidas, fiz o intermediário. Cada refrigerante é cerca de 3 dólares, cervejas e drinks de 7.50 a 9 dólares, whisky e bebidas mais elaboradas de 9 a 13 dólares. Meu pacote dava direito a bebidas até 9 dólares.
O ruim é que o pacote escolhido precisa ser pago para todos os membros da cabine. Então, para mim ficou praticamente zero a zero, pois bebia 3 a 4 caipirinhas + 2 ou 3 refrigerantes por dia. Mas para minha filha e a amiga, que beberam como 2 vikings, valeu demais. O pacote que eu comprei é 35 dolares por dia por pessoa da cabine. Acho que depois delas, a MSC vai recalcular esse valor por dia, pois o prejuizo que elas deram foi grande. E tipo, total flex. Yanne já cordava com a cerveja, passava pela Tequila, vodka, whiskey de amigos, gim e fechava a noite com a cerveja porque os bares fechavam às 2 da manhã e o bar da balada fecha às 3h e eles montavam um farnel nos baldes de gelo para aguentar até às 6 da manha… Oops, acabei de dar um bizu para a MSC…
Já que estou hablando mesmo, vai mais essa dica… quem for com grupo de mais de uma cabine, consegue tranquilamente fazer o pacote de bebidas para uma cabine e pegar para todo o grupo. Não há controle nenhum sobre os pacotes.
Mas as Bebidas são sempre quentes, ruins e às vezes intomáveis. Por exemplo, foi a pior Pinacolada que eu já tomei na minha vida. Os drinks são fracos e ruins. Me achei na Strawberry Caipirinha e fiquei por ai a viagem toda, pois não bebo cerveja. Tem muitas opções de cerveja e para quem é bebedor de cerveja profissional se dá bem porque é quase tudo servido a temperatura ambiente. Tem uma dica de pedir o balde de gelo, mas é super limitado, acaba cedo.

Dando Ruim…

Embarcamos no domingo e na segunda fui tomar café às 6:30 da manhã, com minha filha e a amiga que estava chegando da balada e já tive indícios de como seria INCRÍVEL minha estadia (contém ironia). Um coroa “que nem que eu”, só que metido a Vovô garoto, no auge de seus 43 anos e andando com a galerinha teen, estava no restaurante tomando o café também virado, estava na mesma balada que a minha filha. Eis que, a criatura vira para mim e me chama de TIA. Sim, de TIAAAAAAAAA. Eu com 45 anos fui chamada de tia por um barbado de 43 anos às 6:30 da manhã do dia seguinte ao embarque!!!!!
Se já estava no ritmo de festa estranha com gente esquisita, comecei a considerar o Tchau, I have to go now…
Obvio que isso já mostrou que nada mais daria certo.
Camarão que dorme a onda leva

Bom, já disse que esse navio tinha o dobro da capacidade dos que costumam vir para o Brasil, né. Pozé… Quando estávamos em alto mar, as piscinas e atividades ficavam mais cheias que Copacabana em dia de feriado.
Como o dia depois do embarque é de alto mar e estava chovendo, vocês conseguem imaginar o verdadeiro inferno que as partes internas estavam. Coloquei meu biquini e fui me sentar numa espreguiçadeira na piscina do deck pincipal. O lugar perfeito para eu meditar e não continuar manifestando a vontade de matar o filho da puta que me chamou de tia.
Coloquei meu fone, minha meditação e fiquei ali por umas 3 horas. Estava com calça e blusa em cima do biquini. A chuva parou e mesmo com o céu nublado, eu resolvi passar protetor. Quando fui tirar a blusa, a surpresa… eu estava uma mistura de camarão com Hell Boy.
Subi para a cabine e chorei de desgosto o resto do dia, até a hora do jantar, quando me arrumei igual a Jessica Rabbit (Uma cilada para Roger Rabbit) e fiz o Peter Pan que me chamou de tia ver que tia é a mãe dele! Sou dessas!!!!!
Passada a raiva… e a vingança, hora de ver o que tem para fazer neste trem, digo, navio…
As Atividades (ou falta delas)
O teatro????? Pequeno e sempre lotado. Não consegui ir a nenhuma apresentação! Apenas 2 apresentações por noite. Absolutamente insuficiente para a população do navio.
Teve a programação de 3 festas:
Noite do Capitão… piada… Um monte de gente amontoada nas escadas centrais para serem apresentadas aos responsáveis por Turismo, pela navegação, pelas lojas, por bla bla bla… Meia hora e xau pro louro. As mais carentes que eu, gritando histéricas pelo Capitão… Que fetiche mais SOS, mulheres ao mar.
White Party: Essa até teve um espaço melhor, pois foi no deck principal do navio, mas não tinha como beber nada. Estava bem quente e os bares lotados, sub dimensionados para a quantidade de pessoas no navio. A visão do inferno. Não tinha onde sentar, os banheiros com filas intermináveis. Nem agua tinha como pegar facilmente. Um horror!
A terceira foi prometida que seria a Festa das Flores mas, se teve, nem vi acontecer.
Para conseguir algum lugar no sol, ou no meu caso, na sombra, precisava chegar antes das 8 e demarcar território. Aliás, os madrugadores dos grupos ficavam responsáveis por demarcar o território da galera. Eu chegava solitária com minha humilde toalhinha e já via um mar de toalhas e 3 ou 4 criaturas guardando os espaços.
Isso me lembra de outro assunto… Para mim, tudo foi uma merda. Por que? Por conta do meu perfil. Cruzeiro é maravilhoso para famílias, para terceira idade, para grupos grandes e para jovens. Minha filha, por exemplo, virou todas as noites, ela dormia diariamente de 8 às 11 da manhã. Ela curtiu, ela e a amiga dela. E Eu penei!!!! Me xinguei todos os dias!

Mulheres solteiras de meia idade que viajam sozinhas e não conseguem fazer amizades com facilidade e nem sejam vovós garotas (numa clara alusão aquele energúmena que me chamou de tia – não, eu não superei), não façam Cruzeiro!
A Noite dos Solteiros
Sim! Teve uma noite em um dos bares A NOITE DOS SOLTEIROS… OBAAAAAA, me enchi de esperança. Quando adentrei ao recinto, só tinha casais (!!!!) e um rapaz (Americano) aparentando uns 28 anos. O cicerone do super encontro dos solteiros nos apresentou, trocamos algumas palavras e obviamente faltou assunto. Que coisa mais estranha!!!! Além do que, tentem visualizar a cena. Eu entrando e o cicerone gritando “que bom que você chegou porque aquele nobre rapaz estava te esperando”. Tipo, tem certeza, querido??? Todos do recinto me olharam imediatamente. Gente, socorroooooooo. A vida do solteiro é muito difícil!!! Humilhante até…
Geral
Me senti um passarinho preso na gaiola dentro do navio, sem ter o que fazer, com quem conversar ou com o que me distrair.
Tudo muito caro no navio. Como eu não estava propriamente de Férias, precisei adquirir o plano de internet. 90 doletas!!!!! 500 reais por 6 dias de internet!!!! Resolvi usar o crédito de 100 dólares que ganhei por remarcar e não cancelar. Porém, os abençoados dividiram esse crédito para as 3 pessoas da cabine e eu levei 2 horas e meia na fila para resolver isso!!!!! Cansativo!
A sala de jogos era paga, boliche, tirolesa, cinema… e tudo muito caro! Meu lado Tio Patinhas só permitiu a internet porque era uma questão de trabalho… e de sobrevivência para aguentar os dias passarem.
Epílogo
Nas paradas: Salvador, Ilhéus e Ilha Grande não quis sair porque, além de conhecer os lugares, ia descer sozinha????
No 2 últimos dias, a minha filha ainda me apresentou à família de um dos meninos que ela conheceu, e foi melhor. Pelo menos saí de dentro de mim.
Faltou organização, comunicação, atividade. integração. Faltou espaço!
_ Não é possível, deve ter algo que você tenha gostado, Luciana…
_ Teve, quando acabou!
O que eu não entendo é que muita gente comentando que já era o quinto, o décimo, o vigésimo cruzeiro que estavam fazendo. Para mim foi o primeiro e possivelmente o último!!!! Valha-me Deus!!!!!
O dinheiro que gastei, ia para a Europa e curtiria muito mais!!!! Ok que várias pessoas falando que foi o pior Cruzeiro que fizeram, que a lotação, a comida e as atividades de animação foram absurdamente ruins. Na dúvida, eu não vou gastar dinheiro de novo.
Resumo: que merda! Fim!
Fotos e Recordações (pelo menos bonita eu estava!)










































O Sonho de fazer um Cruzeiro que naufragou
Então diga que valeu…
Como eu sempre digo, experiência frustrada ainda é muito melhor que a falta dela!
Sempre sonhei em fazer um cruzeiro. E esse Cruzeiro foi muito esperado. Por conta da pandemia, estava programado desde Junho de 21. Era para ter acontecido em janeiro de 22 e adiaram, mudaram o navio, o tempo, itinerário e dobraram a quantidade de pessoas no navio!
Como profissional de gestão, operações e logística que sou, acredito que muita coisa poderia ser melhorada para amplificar a experiência. Mas isso é um outro post!
Também acredito que tudo acontece no tempo certo. Era para ser agora, era para eu viver e sentir tudo o que senti neste momento. Conhecer e estar com as pessoas que estive e aproveitar (ou não) da maneira que vivenciei essa experiência.
“Grandes expectativas acabam em grandes frustrações!”
A responsabilidade da minha frustração é minha. Pois eu levantei o sarrafo alto demais. Esperava acontecer tantas coisas que não chegaram nem perto…
Me resta começar o ano! Trabalhar muito para continuar realizando meus sonhos e contabilizar experiências (boas ou ruins)!
Próxima parada…
A Parcialidade Imparcial
Em 2000, minha avó perdeu o único filho homem que teve, aquele que nunca saiu do lado dela e que sempre a tratou como rainha.
Para minimizar sua dor, ela, uma costureira de mão cheia, começou a pegar pequenos consertos de roupa da vizinhança.
Ela tinha se mudado há bem pouco tempo para um apartamento, depois de viver a vida toda em uma casa.
A dor da perda do filho e o cerceamento do tamanho da casa, condição imposta também pela sua saúde debilitada, que não mais aguentava cuidar de uma casa tão grande, faziam da costura, sua distração e ocupação.
Por conta disso, ela ganhou, nem lembro de quem, uma plaquinha super simpática de madeira, como um quadro escrito: Pequenos consertos e costura. Maria. E o telefone dela.
A plaquinha ficava na parede da varanda, ela morava no primeiro andar. Era como um quadrinho mesmo.
Um certo dia, um morador, uma truculência que faz inveja até para um viking, adentrou à casa de minha avó e arrancou-lhe o quadro da parede da varanda. Alegou que era a fachada do prédio e que não era permitido.
Minha tia, quando chegou, encontrou minha avó chorando …
Corta para 2022. Praticamente os mesmos moradores no prédio.
Uma bandeira, estilo toalha do candidato vermelho, com pregadores na tela da varanda, oficializando o voto.
Liguei para as mesmas pessoas que arrancaram a placa da minha avó há 20 anos e os mesmos, com desculpas estapafúrdias, disseram que realmente na tela não pode, mas na parede da varanda podia, afinal, era a casa da pessoa. Ué, mas minha avó não podia por ser fachada, a mesma fachada da toalha vermelha, só que um andar a menos!
É assim, está sendo assim, quando há menos inserções em rádios, onde há a censura de canais de direita, quando há a proibição de vistoria e apreensão de dinheiro para compra de votos.
É a parcialidade imparcial, é o aparelhamento doentio do sistema.
Eu hoje choro o mesmo choro da minha avó quando foi-lhe arrancada a placa do seu trabalho!
É um choro de tristeza, de censura, de frustração e de medo.
Arrancaram a placa da minha avó, arrancaram a minha placa, arrancaram a nossa placa que estava escrito LIBERDADE!
6 meses
6 meses!
O relacionamento mais longo que tive desde que me separei e nem é um relacionamento…
6 meses que talvez tenha me perdido de mim. Ou quem sabe eu tenha me achado…
O fato é que o pouco que ele me oferece, se torna muito, a medida que para quem nada tem, metade é o dobro.
Uma história sem lastro, sem fotos, sem testemunha…
Uma dor moral de me aterroriza, um sentimento que me domina e um exercício constante de desprendimento afetivo.
Não sei.
Não sei se é certo ou errado. Não sei se vale ou não manter.
O fato é que ele me faz bem, mesmo me fazendo mal.
Eu penso muito que o amor que eu tenho dentro de mim é tão grande que é um desperdício gastar podendo dar tão pouco.
Ontem falamos sobre nos afastarmos de tudo o que não nos faz bem, de tudo o que não nos faz feliz.
6 meses, 180 dias, meio ano … o pouco que parece muito.
Não sei o que vai ser, sei o que preciso sentir. Não me é suficiente, mas me é o necessário no momento em que não me sinto só e tenho com quem compartilhar meus medos, anseios e situações do meu dia a dia nada fácil.
Que a vida me dê muito mais amor para eu poder Amar.
❤️
Luke – 1 Ano do NOSSO Resgate
Há 12 meses eu o encontrei. Talvez o certo seria eu dizer que ele me achou.
Até hoje eu penso ter sido uma loucura trazer um terceiro labrador para uma casa com 2 outras que viviam em guerra. A trilogia completa.
Racionalmente essa decisão é certamente a mais louca que eu já tomei. Emocionalmente é também a mais assertiva.
Muitas vezes você resgata, outras vezes, quem é resgatado é você. No caso do Luke e eu, acho que nos resgatamos mutuamente.
Não sei onde ele viveu, como, o que passou e nem ao menos a idade precisa dele. Se foi abandonado ou se estava perdido. Se suas cicatrizes foram de farra ou dor… Será que já teve dono?
Sei que a cada olhar de medo quando um rojão explodia, ou uma buzina de moto estridente ou alguém que gritasse na rua… esse olhar de medo encontrava no meu colo calma, cuidado e proteção.
Da mesma forma que encontro no cuidado dele em se deitar em cima de mim, em segurar minhas mãos junto pata dele, em chorar quando tiro a mão dele, em ficar grudado para ver tv comigo, em estar comigo o tempo todo, parecendo tentar compensar algo quando me sinto sozinha.
É… foi um resgate mútuo, com certeza!
Minha casa ficou mais barulhenta, (mais!!!) cheia de pelos, “com cheiro de cachorro”, mais bagunçada… e também muito mais colorida!
Volta e meia eu escuto que um dos grandes motivos de eu ainda estar sozinha (mesmo sendo essa pessoa incrível, linda e perfeita que sou, diga-se de passagem) é porque enchi a casa de cachorro e as pessoas tem nojo. Ahhh, vamos lá… a frase certa é: eu enchi minha casa de amor, e as pessoas têm muito medo de amar!
Eu continuo com esse amor, se não carnal, com certeza verdadeiro, que não rouba, não trai, não engana, não me deixa só…
Luke, obrigada por me encontrar e me resgatar do abismo que eu ainda tinha dentro de mim. 🤎
Feliz um ano de felicidade do meu lado!
Feliz um ano de vida!
Feliz um ano de resgate!
Engatilhada
Gatilho é uma parada foda para quem tem ansiedade. Uma única palavra, gesto ou até mesmo situação pode trazer à tona um processo de colisão emocional.
Eu particularmente experimentei essa sensação ontem.
Analisando todo o meu histórico, o gatilho veio num copo prestes a transbordar por uma situação que já não me deixa nada confortável, dentro de um cenário colapsado de vida.
Pronto! Bomba atômica implodida dentro de mim.
A ansiedade mexe com tudo. Coração acelera, fome descontrola, sono fica maluco, cabeça dói, tudo machuca muito mais que normalmente.
Estou no meio desta rota de colisão neste momento.
A frase vem num momento em que sofro da síndrome do ninho vazio. Onde meus cachorros são minha única companhia a maior parte do tempo.
Sentimentos de insatisfação financeira e sentimental completam o quadro caótico. Boom!
A frase inocente, vinda de alguém não tão inocente assim, reverberou em todas as células do meu corpo, me transformando em um veneno para mim.
Estou destilando esse veneno na madrugada sombria que insiste em não terminar.
A cabeça dói, parece explodir. Sinto meu coração bater tão alto que talvez esse som seja o responsável por aumentar a dor que eu sinto.
Que luta interna!
A cabeça, ao mesmo tempo que dói, não dá trégua de tentar jogar mais urânio nesta bomba atômica. É incontrolável.
Por que somos colocados nesta situação por nossa mente? Ela nos aprisiona dentro de labirintos malignos!
Quero sair mas não tenho força (por hoje ao menos).
A solidão é dura! Silenciosa e cruel, fomentando com o barulho do silêncio, o grito da verdade maquiada por esse mola elíptica interna.
Me tire de dentro de mim!
Quero sair e já não encontro o caminho para fora de mim…
Estou engatilhada, a bala no pente da mente, o grito ensurdecendo minha alma, a vida esvaziando de mim…
Era o som de quê?
Eu poderia dizer que o som foi de alarme, para que eu acordasse para mim. Mas também foi o som da despedida, silenciosa e fria…
Nada falei, no fundo eu sabia. Aquele toque de telefone seria o verdadeiro chamado. O chamado da minha consciência.
Não, não preciso, não mereço e não quero ser algo pela metade.
Não preciso, não mereço e não quero nada menos do que acredito pertencer a mim. Só a mim.
Ia ser sempre assim. Desequilibrado e sofrido.
Mas o amor é equilíbrio!
Sem equilíbrio tudo cai.
Caiu.
Caiu de vez!
Dói agora para não doer sempre.
O toque foi de recolher. De me recolher para muito tempo depois poder colher… me colher dentro de mim!
Fim
Texto de Desconexão
Não que precise, eu sei que não. Talvez se precisasse fosse melhor falar e não escrever. Mas sou aquelas que as palavras escritas fluem muito melhor que as faladas…
É clichê, mas não é você! Sou eu! Não foi promessa não cumprida ou algo que eu não soubesse antes de me envolver. O fato foi que me envolvi mais do que deveria e até mesmo planejava …
O plano era muito bom. Não me envolver para não me ferir. E alguém que não possa se envolver era o match perfeito para que tudo desse certo… se não fosse um detalhe: eu me apegar.
Ao mesmo tempo que me apego, eu me questiono: será que mereço e preciso ficar numa situação de ser o “tempo que sobra”?
A medida que entro nesta dialética, me sinto mais e mais sozinha. Saudosa de viver o que não vivi. Distribuir o que melhor tenho dentro de mim…
Eu sempre falo que é muito difícil que um vendedor de capim entregue rosas. Ao mesmo tempo que quem vende rosas não consegue entregar capim. Não consigo entregar algo diferente da minha essência.
Gosto de atenção, de carinho, de dormir de conchinha, de cuidar, de acordar de manhã de chamego, decidir almoçar num lugar especial ou simplesmente ficar o dia td na cama fazendo absolutamente nada… De passear, de dançar, de curtir… gosto de me preocupar se está bem, de fazer bem e ter isso também…
Não consigo ser pela metade. Me oprime, me reprime e sufoca.
É na intensidade dos meus sentimentos que permeia o meu equilíbrio.
Não precisaria, mas eu quero… quero dizer que foi bom, que foi gostoso. Mas suscitou algo que não gostei de ver em mim.
“Quero a sorte de um amor tranquilo…”
Obrigada! Obrigada pelo tempo, pelas ligações diárias, pelo carinho e até mesmo cuidado, obrigada por ter vindo subir minha mala quando cheguei de viagem… o pouco foi muito e me sinto muito muito muito feliz de ter te conhecido melhor. O suficiente para julgar o quanto você merece ser feliz…
Fique bem e se cuide!
Com muito carinho ❤️
Ps.: para que eu não me esqueça de me lembrar jamais! ❤️
Que seja infinito enquanto dure… o meu interesse!
“O nosso casamento durará enquanto o nosso jogo de interesses estiver sendo alimentado!”
Ouvi isso aos 19 anos do meu então marido. Me soou absolutamente duro e muito grosseiro. Como assim? Eu não me achava interesseira!

Hoje, no amadurecimento adquirido com meus mais de 40 anos, concordo e inclusive dissemino esse pensamento para que ele seja compreendido de uma forma mais, digamos, lúdica.
Relacionamentos são jogos de interesse sim. Não no sentido de tomar vantagens ou ser interesseira e sim de partilhar interesses em comum, de estar perto, de trocar, de evoluir… são vários tipos de interesse.
Esse interesse transcende a linha dos relacionamentos pessoais, inclusive.
O jogo de interesses é alimentado em relações trabalhistas, acordos societários, assim como em casamentos e amizade. Tudo é uma questão de interesse!
O que nos aproxima serão sempre os interesses comuns.
Quando os interesses começam a se afastar de seus pontos de convergência, é natural que haja também o afastamento destas relações.
Ficamos num emprego ou com um empregado, numa sociedade, nutrimos uma amizade ou um relacionamento afetivo enquanto durarem esses pontos em comum, enquanto for interessante para ambas partes!
Aliás, continuar em algo que não te faça bem, é se ferir!
Não é interessante estar num lugar ou com pessoas que você não tenha um mínimo interesse. É entediante, frustrante, desmotivante!
Deixar ir o que não faz mais parte do seu mapa de interesses, só fará com que você esteja livre para encontrar algo que tenha muito mais a ver com você!
Deixe fluir, opostos não se atraem. Opostos dão choque!
Atraia para perto de si, energias similares à sua, ao menos complementares. Mantenha a chama acesa! Precisamos estar sempre apaixonados pelo que fazemos e com quem nos relacionamos.
Portanto, não se permita nutrir aquilo que não mais te gera interesse, prazer e crescimento!
Rompa esse ciclo vicioso e se interesse por você, por viver!